segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dragão Claro

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Em você, direi o que percebo:
Um dragão adormecido.
Iluminado.
Escamas douradas, reluzentes!
porém, até então, foscas...
No futuro, o vejo derrubando reinos e castelos!
Faria isso com beleza, gloriosidade!
os raios cegantes de sua majestade
seriam suficientes para eliminar o mal
e os corações puros louvariam
o seu voo rasante, ouro branco pelos céus..

me aproximo desta besta fera!
me sinto pequeno dentro disso tudo.
volta e meia, em pequeno despertar,
seus olhos me dizem palavras inaldiveis
transmitem pensamentos sensíveis..
viajo ao mundo dos sonhos em uma passagem só de ida!
esses olhos me dizem o que é você.
atravessaria o mundo para ver
esses olhos que me estremecem de vida!


(Guilherme Reis Holanda)

Vinheta

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com minha autosuficiencia
aprendo o principal para vivência:
sonhar mais acordado do que dormindo!


(Guilherme Reis Holanda)

Futuro, fé, estupidez e algo mais

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a escuridão veio nua
sussurrar no meu ouvido por estes tempos..
diz-me de tudo: futuros acontecimentos
que, ao ouvir, minha pele sua.

me fez perceber que a idéia pura e crua
de se reencarnar pode ser verdade.
admiro quem nao pertence a essa era;
a essa idade.
e, com facilidade, na sabedoria mergulha;
flutua.

não vieram de agora!
é o peso de almas vividas que os habitam.
muitos calmos... outros, gritam!
sabem que é chegada a hora.

hora esta de pensar.
idade da pedra, do bronze, do ferro.
nessa dúvida me emperro:
que idade devemos estar?

de acordo com as escrituras,
maias, astecas, profetas e loucuras
o fim está por vir pela frente...

e eu? aonde estou?
minha sede adquire conhecimento apenas onde eu vou.
por isso, me sinto idiota. me sinto demente.


(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Dia-a-dia

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o dia me acordou bem;
botei camisa de cor amarelo.
assim, fortaleci o elo
entre respirar e bem-estar.

depois, a luz se escondeu;
a noite veio crua.
vesti-me com camisa azul-escura
e me pus a pensar:

em algum lugar ou canto
o claro se esconde...
lembrei com breve espanto
que neruda me disse onde!

se esconde num poço que fiquei a pescar;
tentei fisgar a luminosidade.
percebi que com apenas um anzol nao se aproveita toda essa luz, esse mar...
pescarei por toda a vida! pescarei por toda a eternidade!


(Guilherme Reis Holanda)

-Monólogo de uma mulher vivida para dois adolecentes

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Nunca pensei em botar aqui uma prosa.
Mas, hoje, entre travas e línguas, presenciei o depoimento de uma mulher beirando os 50 anos, conversando comigo e com uma amiga, e é digno de ser exibido.
... Resumindo e adaptando em miúdos, suas palavras diziam:

"eu falhei.
minha geração falhou.
tentamos impedir a máquina, mas de jeito errado.
pegamos em paus, pegamos em pedras, e tentamos espancar a máquina de lado...
mas esquecemos que ela é de rígida, fria, de metal, de ouro...
vocês são a luz do novo milênio. pessoas devem ser como vocês: com capacidade intelectual, com critica!
não façam o que fiz...
entrem na roda viva! entrem na maquina, e, devagar, mesmo que milenarmente, mudem engrenagem por engrenagem.."

...

é preciso competência!
competência para entrar nesta realidade!
competência para entrar e não pertencer a ela...
pois, se nos deixarmos levar, morreremos da morte mais cruel:
morreremos de loucura. morreremos de insanidade.


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Doce Fruta Minha...

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foi em tempo passado
que senti o gosto doce e amargo
dessa tal fruta orvalhada.
as gotas de agua sobre a casca
davam sede de mar!
a cor rosa-quente
me atraía pelo olhar!
mas a fruta caiu...
afinal, elas caem.

pensei nas consequencias
da gravidade e da colisão.
combinadas, fariam da fruta
adubo virado p'ro chão.
chão de concreto!
a grama havia sumido..
a penumbra dominou seu lugar,
porém,
o seu brilho, a suculência
nunca perderam a essência
e continuaram a me encantar!

nao satisfeito,
driblei arvores mil,
escapei da selva de pedra,
penetrei aonde estavas repousada
e, com um tiro de luz,
a penumbra se esvaiu.

agora, me sinto por completo!
se mais do mal aparecer,
esquivo.
na fruta, sinto coração bater...
...vivo!


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Amor assim

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na mente é pensamento.
leve.
no coração é sentimento.
pesa.
do corpo peço incêndio.
vezes dor.
da alma peço parte.
peço amor!



(Guilherme Reis Holanda)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Ouça, você quem seja!

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Sei que não tenho honra para me igualar a tal voz,
mas me vejo como a Raquel de Queiroz
Quando diz que não simpatiza com a crença.

Disse: Não tenho culpa se deus (ou Deus) me fez com pouca fé.
Particularmente acredito na metafísica, até.
Mas valorizo o que se toca. O que se pensa.


(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Para meu irmão

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Penso no peso das minhas partes,
Desde a mente até os pés.
Piso no ponto onde começam as artes,
Desde o que se sente ao que tu és!

É na poesia que expresso o enigma:
Muito além de pi ou sigma,
Nossa ligação é perpétua!

E os momentos de chorar e rir
Transbordam o que não se pode medir
Nem com letra, nem com régua!


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

É preciso tê-la

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me apeguei à simplicidade
e prego a sua utilidade
em tudo que faço e com todos que converso.
com ela as coisas fluem
e, assim, constituem,
por exemplo, esse verso.

mas procuro um estagio elevado!
um estagio que se grita com fervor.
esse estagio procurado
é quando, com a escrita,
se diz a simplicidade do amor.


(Guilherme Reis Holanda)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Diferenças Semelhantes

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Outrora as falas se batiam,
Se arremessavam,
Tentavam ocupar um mesmo espaço.

Refleti.

És semelhante,
Por que praticar uma cultura incessante
De se confrontar aqui e ali?

Mesmo com diferentes pontos de vista
E toda humilhação,
Usufruo da minha dádiva existencialista:
O perdão.


(Guilherme Reis Holanda)

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

- a twisted mind!

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Outrora os ponteiros giravam no compasso de outrem
A mente sucumbe nos confins da insanidade
E no farfalhar de outras asas viajava ao além
Deliberadamente, a consciência se evade
Decadente, amarra-se e se faz refém,
Corroem-se as entranhas de falsa necessidade

De se estar buscando a cura é a idéia que se tem
Vê o mais ilusório dos delírios como verdade
É do mais ardiloso veneno que se bebe, porém
Insaciável, nutre-se em grandes sorvos de ingenuidade
Incapaz de distinguir o que lhe é realmente o bem
Olhos que marejam ilusão não divisam a realidade

É chegada a hora de libertar-te do covil de outro alguém
E das vis artimanhas que lhe afogam em maldade
Permita a tua alma respirar e exalar todo o poder que contém
Enterre no passado o tempo em que fostes um covarde
É tempo de voar ao templo de onde a toda a glória provem
E desfrutar da maior dádiva da tua existência, a liberdade.


(Leonardo Donisete)

Ao podre meu pai

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É com grande insatisfação
E vontade de suicidio
Que escrevo com minha mão
Essa carta-homicídio.

Homicídio pois te mato.
Te mato dentro de mim.
Não mereces ser meu pai...

Eu, criança-puta,
Trabalho como prostituta
Fazendo do meu futuro
O teu desejo de consumo,
Pago.

Pois é.
Destruiste sonhos de jovem.
Tornou-os cinzas.
Migalhas!
És do Cartola, o moinho.
Do Chico, roda viva.
De tantos outros, perdição no caminho...
De mim,
Fizeste bicho de palha!




Fique com o seu Deus.


(Guilherme Reis Holanda)

Caos meu e Cosmos teu

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Meu caro amigo,
Sabes que muito te admiro...
E, com esses versos, me refiro
Ao seu vício desnecessário:

Nossas idéias,
Tão em trapos,
Emboladas,
Estão num mundo onde
Ventos moem casas
E, no fundo,
Não há destinatário!

Então, me pergunto:
O que deu na tua cabeça
De achar que a escrita e sua beleza
Estão por aí, a se organizar?

Te digo:
A palavra é leve,
Pura.
Não tem pecado.
Nem luxúria.
Não é de se enfeitar.

Admita...
Somos apenas vã matéria.
P'ra que perder tempo
Levando como coisa séria
Essa linha feita dita?

Reconheço!
Juro que reconheço!
Por mim, toda arte deve ser lida.
Mas, cá entre nós,
Por que a formalidade?
Perdes tempo.
Aumenta a idade.
Tira a vida.


(Guilherme Reis Holanda)

Revolución(?)

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Respeito;
Um.
Igualdade;
Dois.
Tentaram impedir a voracidade da natureza.
Três. As idéias são reais. Pessoas,
Passageiras.
Quatro Cinco
Indignaram-se com injustiça Seis Sete
Nove
Centos
Mil
Milhões...
A física reprime
A Meta- levanta!
O cheiro de sangue impregna o regime..
E a cabeça se ergue, espanta.




... Quantas mais dessas irão rolar?


(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

tento, logo, desisto

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Não consigo!
Não consigo escrever versos assim
Desconexos, sem ritmo como vezes faz Quintana...
Vê se me entende.
Admiro aqueles que tem a capacidade
De botar umas palavras e outras pela metade
E fazer uma arte que transcende.

Veja só aqueles versos!
Já estou eu rimando de novo,
Mesmo com aquela palavra ali, gozada.

Perdoe-me os admiradores sem razão
Mas reconheço o meu calão:
Eu sou fraco. Eu sou nada.


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Desabafo sobre Desabafo

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Cá entre nós,
Vejo motivos ao escrever!
Não o faço por que quero
Muito menos o que espero...
Faço por fazer!
No covil de pensamentos,
Os escrevo por extenso
Na vontade de não os ter.

Mês que vem ou em outra lua
Eu volte a ler.. Isso me situa
No momento em que escrevi.
deposito um grande peso
no papel. Me sinto ileso
daquela dor que já senti.


(Guilherme Reis Holanda)

2009

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Três meses a mais...
Esse ano que não passa...
Já não suporto a raça
De estudante sem destino!

Vai, me deixe em paz!
Crio uma carapaça
P'ra segurar a traça,
Senão, morro assim comigo...

Então, me dê mais um drinque!
Não, traga cinco!
Aliás, dê-me cem!

Que com a vida não se brinque...
Ai, que falta eu sinto
Da minha época de outrém.


(Guilherme Reis Holanda)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Diga, Irmão!

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diga, irmão,
me fale mais sobre os lados remotos do planeta
diga, irmão,
no mar aberto como é ver o céu de luneta?

estas horas na frente..
então conte pra gente
o que o futuro aguarda pra nos dar!

eu digo, irmão,
não conte as ondas que seu barco ainda há de bater
eu juro, irmão,
no oeste o vento que passa ainda há de inverter

pois tu vens levando embora
a saudade e chega a hora
dos teus pés pisarem no teu lar!


(Guilherme Reis Holanda)

troca letra e amizade

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É na sutilidade da simplicileza
Que a firmidade da irmandeza
Se aprensenta de perdurar!

Seja ao contrário o mundo estando,
Ou as palavras se trocando,
Um companheiro deixa estar!

Nem tinta no papel
Ou até língua do céu
Explica o sentimento!

Me desprendo da matéria:
Explico essência...
Que miséria!

Pois assim como um amigo,
Não há poeta que explique o vento!


(Guilherme Reis Holanda)

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

2008

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Hoje não é dia de viver.
Olhei para o céu:
Sem sal.
O sol não sabia se subia
E o vento assoviava assombrosas sensações subliminares.
Sem serem vivos suando nesse dia,
Só sei se ser eu.

(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 15 de julho de 2009

você em mim

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Estava escrito nas estrelas
Já diziam os xamãs
Mostravam os botões, o chá e a cera
Búzios e cartas das irmãs.
Fiz seresta e poesia,
Escrevi pelo banheiro
Nos espelhos embaçados, de alegria,
Vi corações no mundo inteiro.
É farol, guia e correia
Faz um príncipe de um mestiço.
Cria a paz que é derradeira..
É tudo que eu preciso.


(Guilherme Reis Holanda)

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Egito Moderno

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Envolveram o corpo com o pano aromatizado;
Aroma para alimentar o ego.
Arrancaram as vísceras,
e desta vez,
não reporam o coração...
O cérebro já não tinha há tempos,
expulsado a força por um gancho
chamado Mundo.
Os órgãos foram para laboratórios
O animal que acompanhou o inerte
era cachorro com faro de Doberman.
Preso em catabumbas,
entre mil degraus e cem rituais sombrios,
Confinado, estava um homem comum
Que agora viverá em silêncio
e feliz(?)
...
Bem vindo à era da Mumificação de Vivos.


(Guilherme Reis Holanda)

domingo, 21 de junho de 2009

Eu

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A mão escreve:
Paro e penso.
Me sinto leve,
Denso.
A mente ferve...
Eu sou imenso!


(Guilherme Reis Holanda)

domingo, 7 de junho de 2009

Noite Cheia, Lua Nova

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Por mais que haja a amizade forte que se emana,
Até onde vale as atitudes e a ciência da consciência humana!?


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Para Julia [Amiga de longe]

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Diria secreto?
Não há de quem esconder.
Diria descreto?
Não há do que se esconder.
Diria oportuno.
É de longe que se mantém algo que não se vai.
É mão que ajuda a levantar e também cai.
É digno de mim. Sou digno de ti.
É amor?
Talvez.
E acima de tudo, amizade, que de longe, escolhi.


(Guilherme Reis Holanda)

Estranhos Amigos [ou Amigos Estranhos?]

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Certas pessoas que esbarram na gente nos dão saudade enquanto falam ao nosso lado.
É como se eu já soubesse que aquela conversa não será frequente,
e que a pesssoa não estará por perto para sempre.



Espero que eu esteja errado.


(Guilherme Reis Holanda)

Antes da Casa da Sopa [Integral Infantil]

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Saio ao Sol.
Sinto o vento.
A calmaria me invade e quando os tambores rugirem, sei que essa calmaria se esvairá.
O cavalgar épico do meu batalhão moderno faz arder minha fome.
A fome de explorar, conhecer, sentir e chorar, chorar
e chorar.
Cavaleiro, andarilho errante,
Saí de manhã para uma batalha por conhecimento.
Batalha travada pelo saber.
O saber mais difícil:
O saber da vida humana.


(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Estações do meu Brasil

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Outono.
Morrem as flores do meu quintal:
O Amor-Perfeito traindo,
A Sempre-Viva morrendo
E a Rosa cheirando mal.
É o inverno de repente,
E quem me dera,
Se fosse inundando o sertão.
Já, primavera se foi,
E com ela,
O meu amor.
Não lutamos com o pau.
Não lutamos com as pedras.
Estamos no fim do caminho,
E as águas de março já fecharam o verão.


(Guilherme Reis Holanda, com trechos e adaptações de letras escritas por Chico Buarque, Marcelo Camelo e Tom Jobim)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nova Era

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Sinto vindo Nova Era!
Sinto forças que me guiam
Pr'onde os bens me irradiam
E não tem lugar de espera!

Nessa viagem intergaláctica
Que reconstrói o meu ser
Minhas idéias de viver
Começam a entrar em prática!

Penso, logo, existo,
Digo, existo, logo, penso
E esse papo muito extenso
Faz doer minha cabeça.

Pra não ficar mal visto:
Neste estado de vivência,
Que só chamam de demência,
Procuro quem não me esqueça!


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 3 de março de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Meu problema

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Angústia trancada no meu ser...
Dos problemas pouco pequenos,
O meu é, pelo menos,
A vontade de escrever.

Desencadeando pensamentos bisonhos:
Os monstros que me habitam
Sussurram, se excitam
Em travar todos os meus sonhos.

Neste momento que o tempo rui,
A poesia simplesmente flui
E escorre com o meu sorriso.

Ao terminar estes versos de agonia
Tiro a sensação de abandono que havia,
Pois, são neles que construo o meu piso.


(Guilherme Reis Holanda)