segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ao podre meu pai

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É com grande insatisfação
E vontade de suicidio
Que escrevo com minha mão
Essa carta-homicídio.

Homicídio pois te mato.
Te mato dentro de mim.
Não mereces ser meu pai...

Eu, criança-puta,
Trabalho como prostituta
Fazendo do meu futuro
O teu desejo de consumo,
Pago.

Pois é.
Destruiste sonhos de jovem.
Tornou-os cinzas.
Migalhas!
És do Cartola, o moinho.
Do Chico, roda viva.
De tantos outros, perdição no caminho...
De mim,
Fizeste bicho de palha!




Fique com o seu Deus.


(Guilherme Reis Holanda)

2 comentários:

disse...

oh god

R.R.Amaral disse...

Há pouco tempo conversando com sua tia Tereza, ela me disse que tinha um sobrinho escrevendo um blog muito bom e recomendou que eu viesse ler, pois tinha certeza que eu iria gostar.
Realmente adorei, comecei a ler aos poucos e em ordem de postagens.
Eu juro que gostaria de comentar a respeito desse poema em especial, mas é impossível, muito bom, não vejo nada tão bem escrito há muito tempo! Resumo em uma palavra: VISCERAL.
Se continuares assim em breve estará publicando.
Abraços e sucesso sempre!