quinta-feira, 11 de março de 2010

Uma noite no Hospital

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A rotira era cansativa.
Os dias começavam cedo,
As noites acabavam tarde.
Não nos perguntavam se queriamos acordar
Ou se estavamos prontos para dormir.
A luz se acendia e apagava de acordo com o interesse dos superiores.

Era nessa embarcação que eu me encontrava.
Marinheiros enfermeiros e comandantes médicos transitavam.
Alguns de boa vontade, outros sem rumo.
Enquanto isso a tripulação flutuava no mar de lágrimas dos mortais.
Esses se ajudavam para sobreviver.

Alguns vinham,
enchiam o ar de penosos gritos
e partiam antes da hora,
Deixando suspeitosas almas inacabadas.
Outros davam a sorte de atravessar as tormentas...

E a embarcação navegava sobre (ou sob) este fragoroso mar!
Buscava incansavelmente por uma única especiaria,
A qual se encontrava no mundo inteiro,
E, apesar disso, era extremamente rara.
Especiaria esta que não cabia numa bolsa,
Não cabia num cofre,
Não cabia em um corpo..

Este barco sem vela e à deriva procurava a vida!


(Guilherme Reis Holanda)

quinta-feira, 4 de março de 2010