segunda-feira, 31 de maio de 2010

vinhetamor

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a diferença é sutil:
uma mulher que se cuida tem a vida amorosa que quer.
um homem que se cuida tem a vida amorosa que pode.


(Guilherme Reis Holanda)

sábado, 29 de maio de 2010

ao passaro que aprendeu a voar:

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me encomoda o silêncio perpétuo do teu quarto.
me recordo de coisas do teu quarto,
me reflito de coisas do teu quarto,
me dominam as coisas do teu quarto,
me acomoda o silêncio perpétuo do teu quarto.

e a porta perpetuamente entreaberta.


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 25 de maio de 2010

versos desequilibrados

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Nessa mescla de integridade e degeneração,
nao sei como me classifico.
se sou domador:
impositor e fraquejante;
ou como leão:
feroz e subimisso.


(Guilherme Reis Holanda)

domingo, 23 de maio de 2010

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destorcitose

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foi nessa noite fragorosa,
em que implorei o abrigo de uma triste companhia..
negado, eu apertei o espinho da rosa
enquanto sua seiva jorrava em minha face e a rosa sorria.

outrora quando fui cravo
e, embaixo de uma sacada, com a rosa, me desentendia
vi que ela não tinha piedade. quase que cavo
a cova que vou me guardar pensando no passado qualquer dia.

..e enquanto a mente voa,
idéias mirabolantes surgem à toa.
me apresso pra, da história ou desses dias, chegar o fim.

Ao lado da rosa, o vermelho me destoa.
tento levar o barco cortando o vento de proa
enquanto percebo que tenho vergonha de mim.


(Guilherme Reis Holanda)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

2010.1

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quero o silêncio e o escuro do meu quarto
pra da vida sentir o simples, o sensato
morrer de infarto de tão farto
de amar e amar!
admirar o errado que convém,
ser mais de mim pra ser mais de alguém,
fugir da história de esperar um trem
e o trem nunca chegar!
assim, auto-afirmo que sinto até de tudo
e não fico cego, surdo e mudo
pras mazelas desse mundo
esperando o sino badalar.
mas preciso de um tempo pra cuidar de mim.
pensando bem, quem sabe assim
no futuro que vem lá pro fim
mais coisas farei pra ajudar.

..e a mulher que amo, que me ame como eu,
pois sem isso, nao sustento o que a vida me dá e me deu.
me sentiria acorrentado como Prometeu
pra no rochedo da eternidade sofrer por esperar
e esperar
e esperar..


(Guilherme Reis Holanda)