segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Caos meu e Cosmos teu

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Meu caro amigo,
Sabes que muito te admiro...
E, com esses versos, me refiro
Ao seu vício desnecessário:

Nossas idéias,
Tão em trapos,
Emboladas,
Estão num mundo onde
Ventos moem casas
E, no fundo,
Não há destinatário!

Então, me pergunto:
O que deu na tua cabeça
De achar que a escrita e sua beleza
Estão por aí, a se organizar?

Te digo:
A palavra é leve,
Pura.
Não tem pecado.
Nem luxúria.
Não é de se enfeitar.

Admita...
Somos apenas vã matéria.
P'ra que perder tempo
Levando como coisa séria
Essa linha feita dita?

Reconheço!
Juro que reconheço!
Por mim, toda arte deve ser lida.
Mas, cá entre nós,
Por que a formalidade?
Perdes tempo.
Aumenta a idade.
Tira a vida.


(Guilherme Reis Holanda)

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