quinta-feira, 17 de abril de 2008

Noite

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o insurdecente barulho da cidade
ressonando nas minhas entranhas.
acompanho os passos fora da verdade
- pessoas estranhas.
vento, chuva, escuridão e luz
fundem-se em um quadro azedo.
e nos cantos deste quadro me pûs
evitando os olhares de medo.

e o indigente moribundo
recebeu um boa noite meu.
sumiu o seu jeito vagabundo,
e humanamente simples
como ninguem, respondeu.
talvez o trabalhador ao lado
dirigisse a palavra à mim
apenas por um trocado
ou com desconfiança sem fim.

(Guilherme Reis Holanda)

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