quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Último dia

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Imaginei o que escrever na minha lápide coreana imaginária:

Momento único.
Aliás, todos são.
Escrevo de qualquer jeito minha estadia por essas terras..

Pensando bem, distancia física não me impressiona!
Afinal, o que é estar do outro lado do planeta pra quem já viajou 18 anos em volta do sol?
Na realidade, o impressionante é o Irreal:
No mundo das idéias eu viajei para outra galáxia. Quem sabe, mais de uma.
Posso ter sentido tudo por aqui, menos descanso.
Vivi uma vida paralela,
Vivi uma vida pesada,
Vivi uma vida temporária.
Agonia semelhante de um cancerígeno..

Eu tenho cura!


(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

aleatoreamente vivo

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eu rio de tudo que a vida me trás e leva!
não é ingenuidade ou otimismo..
é minha maneira de andar na treva!
é o fluxo do rio de etapas que me carrega,
quem sabe para a beira dum abismo!
não vejo impecilhos como ruindade..

sei que no final de cada corredor há uma pitada de felicidade..
para atravessá-lo, exige calma. mestria.
ver minha perna caminhando é sentimento aberto!
e mesmo depois de tal perfeita ideologia,
me sinto humano, incompleto
com os pés no chão, nao alcanço o teto!
...sei que mudarei de ideia, denovo, um outro dia!

coisa louca!
me escreveram em algum canto?
minha vida, num todo, é tão pouca...
por que pra mim significa tanto?
enquanto vivo nessa bola,
nesse embolo,
nesse nó que me afeta,
danço sapateado sobre as linhas tortas..
ao par dos versos de um esquimó poeta.


(Guilherme Reis Holanda)