segunda-feira, 30 de novembro de 2009

- a twisted mind!

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Outrora os ponteiros giravam no compasso de outrem
A mente sucumbe nos confins da insanidade
E no farfalhar de outras asas viajava ao além
Deliberadamente, a consciência se evade
Decadente, amarra-se e se faz refém,
Corroem-se as entranhas de falsa necessidade

De se estar buscando a cura é a idéia que se tem
Vê o mais ilusório dos delírios como verdade
É do mais ardiloso veneno que se bebe, porém
Insaciável, nutre-se em grandes sorvos de ingenuidade
Incapaz de distinguir o que lhe é realmente o bem
Olhos que marejam ilusão não divisam a realidade

É chegada a hora de libertar-te do covil de outro alguém
E das vis artimanhas que lhe afogam em maldade
Permita a tua alma respirar e exalar todo o poder que contém
Enterre no passado o tempo em que fostes um covarde
É tempo de voar ao templo de onde a toda a glória provem
E desfrutar da maior dádiva da tua existência, a liberdade.


(Leonardo Donisete)

Ao podre meu pai

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É com grande insatisfação
E vontade de suicidio
Que escrevo com minha mão
Essa carta-homicídio.

Homicídio pois te mato.
Te mato dentro de mim.
Não mereces ser meu pai...

Eu, criança-puta,
Trabalho como prostituta
Fazendo do meu futuro
O teu desejo de consumo,
Pago.

Pois é.
Destruiste sonhos de jovem.
Tornou-os cinzas.
Migalhas!
És do Cartola, o moinho.
Do Chico, roda viva.
De tantos outros, perdição no caminho...
De mim,
Fizeste bicho de palha!




Fique com o seu Deus.


(Guilherme Reis Holanda)

Caos meu e Cosmos teu

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Meu caro amigo,
Sabes que muito te admiro...
E, com esses versos, me refiro
Ao seu vício desnecessário:

Nossas idéias,
Tão em trapos,
Emboladas,
Estão num mundo onde
Ventos moem casas
E, no fundo,
Não há destinatário!

Então, me pergunto:
O que deu na tua cabeça
De achar que a escrita e sua beleza
Estão por aí, a se organizar?

Te digo:
A palavra é leve,
Pura.
Não tem pecado.
Nem luxúria.
Não é de se enfeitar.

Admita...
Somos apenas vã matéria.
P'ra que perder tempo
Levando como coisa séria
Essa linha feita dita?

Reconheço!
Juro que reconheço!
Por mim, toda arte deve ser lida.
Mas, cá entre nós,
Por que a formalidade?
Perdes tempo.
Aumenta a idade.
Tira a vida.


(Guilherme Reis Holanda)

Revolución(?)

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Respeito;
Um.
Igualdade;
Dois.
Tentaram impedir a voracidade da natureza.
Três. As idéias são reais. Pessoas,
Passageiras.
Quatro Cinco
Indignaram-se com injustiça Seis Sete
Nove
Centos
Mil
Milhões...
A física reprime
A Meta- levanta!
O cheiro de sangue impregna o regime..
E a cabeça se ergue, espanta.




... Quantas mais dessas irão rolar?


(Guilherme Reis Holanda)

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

tento, logo, desisto

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Não consigo!
Não consigo escrever versos assim
Desconexos, sem ritmo como vezes faz Quintana...
Vê se me entende.
Admiro aqueles que tem a capacidade
De botar umas palavras e outras pela metade
E fazer uma arte que transcende.

Veja só aqueles versos!
Já estou eu rimando de novo,
Mesmo com aquela palavra ali, gozada.

Perdoe-me os admiradores sem razão
Mas reconheço o meu calão:
Eu sou fraco. Eu sou nada.


(Guilherme Reis Holanda)

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Desabafo sobre Desabafo

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Cá entre nós,
Vejo motivos ao escrever!
Não o faço por que quero
Muito menos o que espero...
Faço por fazer!
No covil de pensamentos,
Os escrevo por extenso
Na vontade de não os ter.

Mês que vem ou em outra lua
Eu volte a ler.. Isso me situa
No momento em que escrevi.
deposito um grande peso
no papel. Me sinto ileso
daquela dor que já senti.


(Guilherme Reis Holanda)

2009

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Três meses a mais...
Esse ano que não passa...
Já não suporto a raça
De estudante sem destino!

Vai, me deixe em paz!
Crio uma carapaça
P'ra segurar a traça,
Senão, morro assim comigo...

Então, me dê mais um drinque!
Não, traga cinco!
Aliás, dê-me cem!

Que com a vida não se brinque...
Ai, que falta eu sinto
Da minha época de outrém.


(Guilherme Reis Holanda)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Diga, Irmão!

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diga, irmão,
me fale mais sobre os lados remotos do planeta
diga, irmão,
no mar aberto como é ver o céu de luneta?

estas horas na frente..
então conte pra gente
o que o futuro aguarda pra nos dar!

eu digo, irmão,
não conte as ondas que seu barco ainda há de bater
eu juro, irmão,
no oeste o vento que passa ainda há de inverter

pois tu vens levando embora
a saudade e chega a hora
dos teus pés pisarem no teu lar!


(Guilherme Reis Holanda)

troca letra e amizade

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É na sutilidade da simplicileza
Que a firmidade da irmandeza
Se aprensenta de perdurar!

Seja ao contrário o mundo estando,
Ou as palavras se trocando,
Um companheiro deixa estar!

Nem tinta no papel
Ou até língua do céu
Explica o sentimento!

Me desprendo da matéria:
Explico essência...
Que miséria!

Pois assim como um amigo,
Não há poeta que explique o vento!


(Guilherme Reis Holanda)